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O que esperar da safra de grãos 2023/2024?

A medida que os produtores rurais avançam na colheita de grãos, seja se planejando para essa etapa ou dando início a operação, o mercado começa a colher as primeiras projeções e expectativas para a safra de grãos 23/24 no Brasil e em outros países da América Latina. E o que podemos esperar para o ano safra? Venha saber mais!

 

O Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de produtos agrícolas do mundo. Com ênfase na safra de grãos, o país é destaque em importantes culturas como a soja, o milho, arroz e feijão. Tudo isso contribui para os olhos do mercado internacional se voltarem para a produção brasileira.

 

Não é para menos, a extensão continental, o clima e a variabilidade de produtos agrícolas tornam o Brasil um grande celeiro para o mundo. Por isso, quando se fala da safra de grãos 23/24, entidades ligadas ao setor já começam a fazer suas projeções e lançar expectativas.

 

A importância das projeções e tendências

 

As projeções servem como um guia, tanto para novos investidores, quanto para produtores rurais, que podem aproveitar as tendências, a demanda global e o desempenho de cada cultura para ter uma previsão mais assertiva de rentabilidade, bem como saber o momento certo de comercializar seus produtos.

 

Diante de um cenário de grande produtividade e destaque em culturas importantes, o agro brasileiro também possui desafios. Superar esses obstáculos também é uma forma de aumentar a competitividade no cenário internacional. E como os produtores podem aproveitar as projeções da safra de grãos 23/24 para isso?

 

Neste texto, você confere as principais projeções para a safra de grãos 23/24, feitas a partir de estudos de entidades ligadas ao setor, bem como pontos de comparação com a safra atual e a safra 22/23.

 

Além disso, vamos destacar os resultados na América Latina, com os principais desafios para a produção.

 

O que você precisa saber sobre a safra de grãos 23/24?

 

Acompanhar as análises de mercado, projeções e cenários de curto e médio prazo pode ser um grande diferencial para o produtor rural que deseja melhorar a sua rentabilidade a partir de atender uma demanda de mercado. Além de planejar melhor as culturas que irá trabalhar ao longo do ano.

 

Por isso, com o lançamento das projeções e o início de um novo ano, é o momento ideal para se dedicar a parte estratégica do seu negócio rural.

 

Venha conhecer as principais projeções da safra 23/24:

  • Desempenho inferior em comparação com a safra passada

Segundo a projeção feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no 3° Levantamento da Safra de Grãos 23/24, a produção deve alcançar os 312,3 milhões de toneladas. Essa estimativa corresponde a uma redução de 2,4% em comparação com a safra 22/23.

 

Em comparação com o 2º levantamento feito pela entidade, essa é a segunda redução na produção estimada, que traz o clima como um fator determinante para o desempenho das culturas.

  • Clima determina o desempenho da produção

Um dos apontamentos feitos pela Conab em seu 3º levantamento da safra de grãos 23/24 é o clima. Vale lembrar que, ao longo de 2023, os produtores rurais tiverem diversos desafios relacionados ao clima, como a baixa ocorrência de chuvas, temperaturas elevadas no Centro-Oeste e as fortes precipitações no Sul do país.

 

Além disso, tanto em 2023 quanto em 2024, a ocorrência de fenômenos climáticos já conhecidos pelos produtores rurais, o El Niño e La Niña, são responsáveis por alterar a dinâmica climática. Tudo isso tem consequência direta para as lavouras em todo o país.

  • Demanda interna será atendida

Apesar das dificuldades com o clima, a safra de grãos 23/24 traz projeções positivas para a demanda interna, principalmente em se tratando do arroz e feijão, que são produtos agrícolas característicos da culinária brasileira. O aumento da área de produção do arroz irá refletir em uma alta na produção de 7,5%.

 

Se as expectativas forem concretizadas, na safra de grãos 23/24, o arroz poderá atingir a marca de 10,79 milhões de toneladas. Já a safra de feijão, apresenta um cenário mais incerto, motivado principalmente pelas diferenças climáticas nas regiões produtoras.

 

Em Minas Gerais, a situação climática atrapalhou o manejo das lavouras, mas em compensação, São Paulo conseguiu avançar na plantação de feijão. Diante disso, esperasse uma produção de feijão de 3,1 milhões de toneladas, somando as três safras do grão.

  • Atrasos no plantio de soja e milho

O atraso no plantio de soja em todas as regiões produtoras é algo que preocupa produtores rurais e também o mercado. Provocado pelo clima, o adiamento afeta a produtividade das lavouras, em especial nas fases de floração e enchimento dos grãos.

 

Por conta disso, as perspectivas são de uma produção de soja em torno de 160,2 milhões de toneladas. Contudo, o desempenho final da safra de grãos 23/24 ainda é incerto.

 

Outro grão bastante afetado pelos extremos climáticos em suas regiões produtoras é o milho.

 

O cultivo da 1ª safra de milho está atrasado, o que é uma característica bem comum de temporadas marcadas pelo El Niño. Ao todo, a produção do milho deve chegar em 118,53 milhões de toneladas, sendo que a primeira safra do grão corresponde a 25,3 milhões de toneladas, uma redução de 7,5% em comparação a safra anterior.

  • Mesmo com o tempo ruim, o mercado continua aquecido

Não tem como falar de produção sem pensar também na exportação. Afinal, grande parte do que é produzido nacionalmente é escoado para vários países do globo. Mesmo com o clima afetando negativamente diversas culturas, a demanda está aquecida.

 

Grande parte das exportações é puxada pela soja. Entre janeiro e novembro de 2023, estima-se que tenha ocorrido exportação de 100 milhões de toneladas. Para 2024, a expectativa de exportação é de 101,59 milhões de toneladas.

 

Já o milho terá sua exportação reduzida devido à perspectiva de baixa produção e boa safra norte-americana, podendo alcançar 38 milhões de toneladas.

 

Para o feijão, o cenário é positivo, com preços atrativos para os produtores rurais e baixo estoque de passagem.

 

Quais os principais desafios na safra de grãos 23/24?

 

Enquanto algumas culturas tiveram mais destaque que outras, os desafios para o produtor rural não param e muitos persistem no ano que se inicia, principalmente no que diz respeito ao planejamento das safras, no monitoramento do clima e mercado.

 

Um dos principais desafios da safra de grãos 23/24 é o clima. Diversas culturas tiveram a sua produtividade afetada, o que causou também atrasos no plantio de outras. Dessa forma, o produtor rural deverá ser muito mais cuidadoso com a seleção de insumos e cultivares trabalhados.

 

Além disso, a comercialização das principais commodities agrícolas brasileiras, entre elas a soja e o milho, também é um receio para os produtores.

 

Outro ponto que merece atenção do produtor está relacionado aos custos de produção que estão cada vez mais altos, aliados ainda com uma desvalorização de preços das grandes commodities.

 

E na América Latina, qual o cenário de produção da safra de grãos 23/24?

 

Assim como o Brasil apresentou baixa em produtos agrícolas importantes, os fenômenos climáticos também afetaram as produções agrícolas em toda a América Latina. Por se tratar de commodities, seus preços são fixados na bolsa de valores e o que acontece ao redor do mundo também afeta a dinâmica de preços regional.

 

Por isso, olhar para fora da porteira também é ter uma visão que ultrapassa as fronteiras e permite estar atento aos principais concorrentes do Brasil. E qual o cenário da safra de grãos 23/24 em outros países da América Latina? Veja abaixo:

  • Soja e milho argentinos em recuperação

As lavouras de soja e milho na Argentina passaram por um longo período sob os efeitos negativos do fenômeno La Niña. Consequentemente, isso teve um impacto direto na produtividade desses cultivos. Contudo, na safra de grãos 23/24 o cenário será inverso.

 

Espera-se um aumento de 130% na produção total de soja, além do bom desempenho nas lavouras de milho, que devem ter um acréscimo de 7,9 milhões de hectares para produção.

  • Clima que favorece a produção no Paraguai

Outro país que deve sentir efeitos positivos do El Niño é o Uruguai, onde as expectativas de chuvas contribuem para o bom desenvolvimento da soja no país, o que pode resultar em aumento de 13,6% na produção com colheita de 10 milhões de toneladas do grão.

  • Fim da estiagem no Uruguai

A safra de grãos 23/24 no Uruguai é marcada oficialmente pelo fim da estiagem decorrente de 3 anos sob os efeitos do La Niña. Por isso, as condições climáticas se tornam mais favoráveis para a produção no país.

 

Mesmo com a perspectiva de um bom clima para os próximos meses, o Uruguai também enfrenta chuvas abaixo da média, o que acaba por prejudicar o desempenho das lavouras de grãos do país.

 

Conclusão

 

Um negócio rural bem estruturado e em pleno crescimento também precisa olhar da porteira para fora, principalmente com atenção aos pontos que interferem na sua produção, como a demanda, os insumos, preços internacionais e muito mais.

 

No texto, você acompanhou as principais tendências na produção e exportação para a safra de grãos 23/24, com destaque para o desempenho nacional e de países da América Latina.

 

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FONTES:

Canal Rural – https://www.canalrural.com.br/

Conab – https://www.conab.gov.br/

Agrolink – https://www.agrolink.com.br/

Hedge Point Global – https://hedgepointglobal.com/pt-br/

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