Para evitar o surgimento de pragas e doenças na plantação, os produtores rurais contam com diversos métodos para o controle e o manejo correto do fitopatógeno, entre eles o vazio sanitário. Veja como fazer e a importância!
Na lavoura, o surgimento de pragas e doenças é uma dor de cabeça para produtores rurais, que precisam corrigir o problema rapidamente para que não percam o controle da situação e tenham graves prejuízos na lavoura. Entre as medidas de correção e manejo desses invasores, está o vazio sanitário, uma prática utilizada em diversas regiões brasileiras.
O objetivo do vazio sanitário é minimizar os estragos provocados pelas pragas e doenças, em culturas como algodão, feijão e soja, além de evitar a perda do cultivo com o surgimento do fitopatógeno.
Todas essas práticas de prevenção e manejo são essenciais para o controle populacional de pragas e doenças, além de afastar todos os riscos que podem resultar em perda produtiva. Por isso, produtores rurais devem estar atentos às técnicas sustentáveis e inovadoras que garantem os melhores resultados para a lavoura.
Neste artigo, vamos falar sobre o vazio sanitário, a importância para as plantações e como funciona a técnica, além de dicas sobre como fazer corretamente o vazio sanitário para ter um bom desempenho e eficiência na lavoura.
Afinal, como funciona o vazio sanitário?
O vazio sanitário consiste em um período de ausência de plantas vivas na lavoura, geralmente entre 60 e 90 dias, de acordo com definição da MyFarm. Na prática, o vazio sanitário dificulta que plantas vivas sejam hospedeiras de pragas-alvo e doenças.
Em 13 Estados brasileiros, a prática de vazio sanitário é lei e deve ser cumprida por todos os produtores rurais da região. Neste período, todas as plantas vivas que podem facilitar o surgimento de fitopatógenos devem ser destruídas por meio de práticas físicas e químicas. Dessa forma, os empreendedores rurais reduzem as perdas econômicas e protegem a lavoura, evitando problemas futuros.
Por que fazer o vazio sanitário na lavoura?
Vimos no tópico anterior que o vazio sanitário ajuda a controlar o surgimento de pragas e doenças na plantação, dificultando que esses fitopatógenos se hospedem em uma planta viva. Mas, você sabe a importância dessa técnica para a atividade agrícola e, consequentemente, para a lavoura?
Quando surgem na lavoura pragas e doenças, o produtor rural precisa agir rapidamente para controlar esse surgimento, adotando diferentes técnicas, como a aplicação de defensivos agrícolas, biotecnologia e rotação de culturas, além de métodos do manejo integrado de pragas, por exemplo.
Com isso, o produtor tem um alto custo de produção para tratar o fitopatógeno e, dependendo do tempo para ter resultados, esses invasores podem causar danos à plantação. Ao adotar a prática do vazio sanitário, é possível diminuir a ocorrência, sendo uma forma ágil de reduzir custos, além de tratar antes mesmo de começar um novo cultivo.
Nos Estados em que o vazio sanitário é obrigatório, a multa por descumprimento pode chegar até 25 mil reais, e os órgãos de fiscalização atuam no monitoramento e prestação de atendimento aos produtores.
Como fazer o vazio sanitário corretamente?
Neste tópico, vamos discutir como fazer o vazio sanitário em três culturas: soja, algodão e feijão, comentando as particularidades de cada um. Em geral, para fazer o vazio sanitário, o produtor rural precisa limpar toda a área de cultivo depois da colheita da cultura, destruir todas as plantas vivas no local e aguardar até que passe o período estipulado do vazio sanitário na região.
Este período varia em cada região e o produtor rural deve estar atento ao calendário adotado em seu Estado. Veja abaixo algumas boas práticas:
- Soja
Na cultura da soja, o vazio sanitário ocorre entre 1º de julho e 15 de setembro, contabilizando 77 dias. Nesse período, o objetivo principal é conter o fungo causador da ferrugem asiática na lavoura, principalmente no período entressafra. Além disso, os produtores precisam cadastrar a área plantada a cada safra e solicitar no Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), a liberação para o plantio no período do vazio sanitário, conforme informações do portal IMA.
- Algodão
No algodoeiro, o principal causador de estragos na lavoura e da perda de produtividade é a praga Bicudo Algodoeiro, que tem um grande potencial destrutivo, além de ser mais resistente em permanecer nas lavouras. O vazio sanitário nessa cultura vai de 20 de setembro a 20 de novembro. Os produtores rurais também precisam fazer o cadastro da área de produção no IMA.
- Feijão
Por último, temos a cultura de feijão que, dentre as culturas citadas acima, tem o menor período de vazio sanitário, que vai de 20 de setembro a 20 de outubro, e tem o objetivo de reduzir a incidência da Mosca Branca nas lavouras. Os restos da colheita anterior ou soqueira também devem ser eliminados da área do cultivo até 15 dias após a colheita. Assim como nos cultivos anteriores, o cadastro da cultura também deve ser feito.
Como manejar a área de plantio no vazio sanitário?
No período de vazio sanitário não se pode ter nenhuma plantação no campo. Mas, o que fazer na área de plantio durante esse período? Uma das recomendações é cuidar das propriedades físicas, biológicas e químicas do solo, propiciando condições adequadas para o desenvolvimento do cultivo a ser plantado e melhorando a qualidade do solo.
Além disso, os produtores rurais podem usar a área para plantar culturas de coberturas, o que evita que o solo fique descoberto por muito tempo, contribuindo para o crescimento de plantas daninhas, surgimento de erosão, lixiviação e outros.
O ideal é ter um bom planejamento e estar sempre em conformidade com as normas ambientais da sua região. Com organização e seguindo as premissas do vazio sanitário, o produtor rural consegue aproveitar melhor a área plantada para demandas econômicas interessantes para o empreendimento, sem deixar de lado o manejo correto de pragas e doenças.
Agora que você já sabe mais sobre a importância do vazio sanitário e as particularidades nas culturas de soja, algodão e feijão, acompanhe também o nosso blog e siga as nossas redes sociais, Instagram e Facebook, para ficar informado sobre o agronegócio no país.
Por Thais Rodrigues*
*Estagiária sob supervisão de Isabela Azi
FONTES:
MyFarm – https://www.myfarm.com.br/
Agromulher – http://www.agromulher.com.br/
Climate Fieldview – https://climatefieldview.com.br/
IMA – http://www.ima.mg.gov.br/