O maior subsídio do país voltado para a atividade agrícola e pecuária, o novo Plano Safra 22/23 já está disponível para os produtores rurais. Veja os principais destaques do novo plano e as propostas do governo para fortalecer a atividade agrícola. Confira abaixo!
Com o crescimento do agronegócio, novos desafios vão surgindo e aumenta a necessidade de subsidiar as atividades para fortalecer e estimular o setor estrategicamente, visto o retorno que a atividade tem para a economia nacional.
Somente em 2021, o Produto Interno Bruto (PIB) do agro brasileiro cresceu cerca de 8,36% conforme dados da Companhia Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA). A participação na economia brasileira também impressiona, com 27,4%.
Dessa forma, o agronegócio chama atenção pela sua importância e grandeza, embasado por números que evidenciam essa expansão. Por isso, o maior plano de desenvolvimento do agronegócio brasileiro, o Plano Safra, é aguardado anualmente com grandes expectativas.
A partir de julho, os produtores rurais de todo o Brasil já podem ter acesso aos recursos captados para o Plano Safra 22/23, que servem para investir na produção, na infraestrutura da empresa rural, na aquisição de máquinas agrícolas e nas práticas sustentáveis.
Neste artigo, você verá mais informações sobre o Plano Safra 22/23, como o montante investido e os principais destaques do novo plano, bem como as taxas para acessar os novos recursos.
Plano Safra 22/23 tem recorde de capital investido
Em cerimônia de lançamento do Plano Safra 22/23, que ocorreu na quarta-feira (29/06) e contou com a presença do Presidente da República e de representantes do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), as instituições anunciaram aporte de R$340,8 bilhões.
O valor anunciado servirá para apoiar a produção agropecuária brasileira nos diversos financiamentos existentes até junho de 2023. O capital investido representa também um grande investimento no setor, com aumento percentual de 36% em comparação com o Plano Safra 21/22 que teve aporte de R$251 milhões.
Segundo o Mapa, a divisão dos R$340,8 bilhões investidos, ficou assim:
- R$246,28 bilhões para custeio e comercialização, 39% maior que o plano anterior.
- R$94,6 bilhões para novos investimentos, alta de 29%.
Além do aporte expressivo que será aproveitado em diversos setores do agro, o governo também reforçou na cerimônia as taxas de juros que estão abaixo das praticadas pelo mercado, inferior também à taxa Selic.
Mais participação do mercado de finanças no agro
A grande expansão do agronegócio brasileiro abre portas para empregos, parcerias comerciais internacionais e também investimentos privados no setor. Este também é um dos pontos centrais no Plano Safra 22/23, que aumentou a participação das Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) em 70%.
Mas o que é a LCA e como funciona? As Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) é um título de renda fixa, como as Letras de Crédito Imobiliário (LCI), emitida pelos bancos para financiar a aquisição de insumos e maquinários, por exemplo.
Com isso, o investidor que possui um título da LCA em sua carteira de aplicações empresta este dinheiro aos produtores rurais para financiar as suas atividades e, com isso, colhe estes rendimentos, ajudando indiretamente a impulsionar a agropecuária nacional.
A LCA, assim como outros títulos de renda fixa, conecta investidores, bancos e produtores rurais, tendo as instituições financeiras como intermediárias para que estes investidores emprestem o dinheiro e recebam a sua remuneração.
Do outro lado, há os produtores que pegam emprestado este dinheiro para subsidiar suas atividades. Agora que você já entendeu como a LCA funciona e a sua importância para o Plano Safra 22/23, compreende também que o auxílio aos empreendedores do campo é uma das principais finalidades.
Com isso, o setor consegue adquirir mais investimentos privados para as suas atividades de comercialização, aquisição e industrialização. No Plano Safra anterior, esta participação era de 50%, agora passa a ser de 70%, atraindo estes novos investidores.
Como fica a divisão de recursos do Plano Safra 22/23 nos programas?
Outro ponto que também chama a atenção são os programas do governo que fazem chegar os recursos do Plano Safra 22/23 para os produtores rurais, variando de acordo com a finalidade e para quem se destina.
Entre estes programas temos o Pronaf e o Pronamp, que atendem agricultores familiares e médios produtores rurais, respectivamente. Para estes produtores, os recursos foram distribuídos da seguinte forma:
-
Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf)
Os agricultores rurais também foram beneficiados com um aumento substancial nos recursos de 36% em comparação com o plano anterior, totalizando R$53,61 bilhões.
Já as taxas elevaram um pouco, de 3% para 5% voltado para produção de alimentos, e de 4,5% para 6% voltado para os demais produtos.
-
Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp)
O montante anunciado para o programa voltado para o médio produtor rural também recebeu um reforço de 28%, comparado à safra anterior, avaliado em R$43,75 bilhões. Assim como o Pronaf, a taxa de juros do Pronamp também subiu, passando de 6,5% para 8% a.a.
Para os produtores rurais que não se encaixam nos requisitos destes dois programas ou até mesmo as cooperativas agrícolas, o valor disponibilizado no Plano Safra 22/23 é de R$243,2 bilhões, com taxas de juros em 12% a.a.
Mais espaço para a sustentabilidade no agronegócio
Não é de hoje que empresas, entidades públicas e outros agentes ligados ao agronegócio brasileiro se preocupam com a sustentabilidade no campo e a promoção de práticas que respeitem e conservem a biodiversidade brasileira.
Um exemplo disso é o recente Plano Nacional de Fertilizantes, que conta com estímulos para produção de biofertilizantes e tantos outros programas pelo Mapa e instituições parceiras. Assim como no plano safra passado, o novo Plano Safra 22/23 também conta com investimento neste sentido.
O Programa ABC contará com recursos de R$6,19 bilhões destinados para a recuperação de áreas e pastagens degradadas, práticas de conservação e manejo e proteção dos recursos naturais. Nesse caso as taxas variam entre 7% e 8,5% conforme a finalidade.
Além disso, também foi desenvolvido o ABC + Bioeconomia, que investe em produtos de sociobiodiversidade, ecologicamente sustentáveis e exploração extrativista não madeireira. O programa Proirriga também foi outro benefício, com aporte de R$1,95 bilhão.
Plano Safra 22/23 também foca na inovação e tecnologia
Outra grande frente de atuação do Plano Safra 22/23 é a tecnologia e inovação, dois grandes fomentadores da produtividade, otimização e ganhos no campo. Com a demanda mundial de alimentos que cresce a cada ano, o agro precisa de mais investimento nestes setores.
Com isso, o programa Inovagro terá um aporte de R$3,51 bilhões em recursos para o incentivo às inovações tecnológicas voltadas para o setor, com juros de 10,5% ao ano.
Espera-se que melhore a conectividade no campo, a gestão dos empreendimentos rurais, a automação das atividades agrícolas e o estímulo a sistemas de fontes renováveis.
Mais aporte para fomentar a expansão da produção de alimentos
O recorde de recursos destinados ao Plano Safra 22/23 permitirá não apenas o desenvolvimento do agronegócio, mas também da produção de alimentos. O Brasil se posiciona estrategicamente como um dos grandes produtores de alimentos mundial.
Para isso, o Plano Safra serve como um grande estímulo para a produção. A expectativa é que com o aporte do novo plano sejam produzidos 300 milhões de toneladas de grãos, uma produção que seria histórica no país, um aumento de quase 30 milhões de toneladas.
Nesse cenário, o Brasil passa a atender a demanda mundial de alimentos e reafirmar sua posição como um dos principais e maiores produtores do mundo. A safra 21/22 sofreu com as quebras decorrentes de eventos climáticos extremos em diversas culturas, mas a expectativa é de bons números daqui para frente.
Um desafio: o armazenamento da produção agrícola
O aumento da produção de alimentos também esbarra em um problema que já é antigo: a armazenagem adequada da produção agrícola no Brasil. Com isso, o Plano Safra 22/23 também prevê a ampliação do Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA).
Durante a vigência do novo plano serão investidos cerca de R$5,13 bilhões para a construção e ampliação de armazéns com taxas de 7% ao ano com capacidade até 6 mil toneladas e 8,5% para os demais investimentos.
Além disso, o teto limite para os financiamentos relativos à armazenagem de grãos aumentou para R$50 milhões e para armazenar demais itens o teto limite de investimento segue sendo de R$25 milhões.
Conclusão
Neste artigo você viu mais informações sobre o Plano Safra 22/23 que começa a sua vigência a partir de julho e tem programas e planos robustos para ajudar os produtores rurais nas necessidades do campo.
Você conheceu os recursos destinados para cada programa, bem como os juros envolvidos, além dos destaques em sustentabilidade, inovação, tecnologia, produção de alimentos e armazenagem que o novo plano trouxe.
Quer acompanhar mais temas relacionados ao agronegócio brasileiro e saber como utilizar o recurso do Plano Safra 22/23 para investir em uma máquina? Fale com nossos consultores e confira nosso portfólio completo e soluções personalizadas para a sua fazenda.
Estagiária Thais Moreira*
*Sob supervisão de Isabela Azi
FONTES:
Canal Rural – https://www.canalrural.com.br/
Agência Brasil – https://agenciabrasil.ebc.com.br/
Isto É – https://www.istoedinheiro.com.br/
Money Times – https://www.moneytimes.com.br/