Com o crescimento do consumo dos alimentos plant-based e a expansão do mercado de proteínas vegetais, os consumidores têm à sua disposição diversos produtos à base de plantas. Mas não é apenas o consumidor que se beneficia. Veja mais sobre!
Nos últimos anos, os hábitos dos consumidores têm alterado como a indústria alimentícia e o agronegócio vem produzindo. Quer um exemplo disso? O aumento do número de pessoas com alimentação vegetariana ou vegana tem feito com que a indústria produza alimentos à base de plantas.
Dessa forma, temos a expansão de um mercado promissor e que tem atraído a atenção de empresas e negócios do setor quanto às oportunidades oferecidas, se tornando inclusive uma tendência global.
Como o Brasil é um grande produtor de alimentos de origem vegetal, os negócios rurais podem expandir o seu leque de compradores e começar a fornecer seus produtos para o setor plant-based.
Mas como funciona este mercado? Quais as vantagens para o agronegócio? Como o consumo de proteínas vegetais tem provado uma mudança na indústria? Neste artigo você verá mais sobre o mercado de proteínas vegetais, seus tipos e oportunidades para o consumidor.
O mercado de proteínas vegetais é realmente promissor?
Um novo perfil de consumidor, mais preocupado com a saúde e alimentação, tem provocado mudanças significativas na indústria alimentícia, mudanças estas que já estão ocorrendo e que devem se intensificar.
Como o agro fornece alimentos variados, estas mudanças também impactam o setor. O consumo de proteínas de origem animal caiu bastante nos últimos anos. Em 2019, cada pessoa consumia 34 kg de carne e, em 2021, este número caiu para 26kg.
Os dados apresentados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) reforçam uma grande concorrência e a expansão do mercado de proteínas vegetais, que aumentou o seu faturamento em 70% nos últimos 7 anos.
Os alimentos a base de plantas têm faturado expressivos R$457,52 milhões em 2020, sendo consumido por cerca de 36 milhões de pessoas no Brasil. Um dos fatores que desestimula o consumo de proteínas animais é a inflação e o aumento do preço das carnes.
Além disso, a alimentação consciente aliada à preocupação com o planeta é um dos fatores para os brasileiros. Segundo uma pesquisa da Kantar, 70% dos brasileiros adotaram uma postura mais responsável com a sua alimentação e 56% planejam comprar produtos que sejam menos prejudiciais ao meio ambiente.
Quais as projeções para o mercado de proteínas vegetais?
Se nos últimos anos o mercado de proteínas vegetais escalou o rendimento e tem atraído cada vez mais a indústria, para os próximos 13 anos o cenário é ainda melhor. Uma pesquisa produzida pelas consultorias Ingredion e Opinaia revelou que 90% dos consumidores estão dispostos a consumir alimentos à base de plantas.
E o que isso significa na prática? Além do aumento na demanda por alimentos, principalmente soja, grão-de-bico, tofu e outros que são utilizados como base para estes produtos, são estimados que este mercado global atinja um faturamento de US$370 bilhões em 2035.
Mas como os produtos plant-based têm conquistado o paladar dos brasileiros? Em geral, as pessoas acreditam que as proteínas vegetais são mais saudáveis e incluem como forma complementar da sua alimentação ou substituem totalmente o consumo de carnes por plant-based.
Afinal, como o agronegócio pode se beneficiar com os alimentos plant-based?
Diante das expectativas de aumento no consumo de alimentos à base de plantas e do crescimento financeiro do setor, você deve estar se perguntando como a agricultura pode se beneficiar.
Uma das oportunidades é o aumento da demanda de grãos, já que muitos deles são a base para a fabricação desses produtos. O Instituto Brasileiro de Feijão de Pulses, por exemplo, acredita que o mercado de proteínas vegetais pode alavancar o consumo de feijão.
Com isso, produtores de grãos podem ter ainda mais rentabilidade, ganhando tanto pela demanda das commodities, quanto agregando valor aos alimentos à base de plantas com os seus produtos, diversificando sua renda.
Além disso, para os produtores familiares, esta modalidade de consumo é estrategicamente interessante, pois na agricultura familiar é possível produzir maior variedade de vegetais e em menor escala.
Os produtores de orgânicos ainda podem agregar valor aos seus alimentos, visto que muitos consumidores já se preocupam com a forma de produção do alimento e valorizam produtos naturais e orgânicos.
Contudo, apesar do crescimento de produtos plant-based, o mercado ainda enfrenta alguns obstáculos, como os preços, a disponibilidade e o sabor, tendo um caminho pela frente até a popularização de fato.
Quais as principais fontes dos alimentos plant-based?
Para proteger alimentos com bom índice de proteína e, ao mesmo tempo, que não contenham carne e seus derivados, as empresas apostam em alimentos ricos em nutrientes e que já são conhecidos pelas pessoas.
Além disso, é muito tecnologia envolvida para transformar estes alimentos em produtos saborosos, mais palatáveis e que muitas vezes se assemelham às proteínas animais. Veja as principais fontes vegetais utilizadas:
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Grão-de-bico
É um grão com alta concentração de nutrientes e aminoácidos essenciais e muito utilizado por pessoas veganas e vegetarianas em sua dieta. Ele contém ferro, fósforo e fibras e a grande concentração de proteína, sendo possível encontrar 21,2 gramas de proteína a cada 100 gramas do grão.
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Soja
Uma das principais commodities brasileiras, a soja é rica em proteínas e minerais como o cálcio e magnésio, estando presente também em produtos que se assemelham à carne. Economicamente, a soja é o produto agrícola mais exportado produzido nacionalmente.
- Feijão
Outro grão muito utilizado na indústria plant-based é o feijão, que fornece todos os aminoácidos essenciais, ferro, zinco, vitamina B1 e muito mais. O feijão é um produto agrícola muito versátil, estando presente diariamente no prato dos brasileiros.
- Quinoa
Além de ser rica em proteínas, a quinoa possui vitaminas do complexo B, ferro, zinco e fósforo. É muito consumida em países da América do Sul e é uma excelente fonte de fibras e ainda regula a liberação gradual da glicose no corpo.
Além desses grãos, há ainda muitos outros alimentos que são fontes de proteínas vegetais e são aproveitados pela indústria alimentícia para compor os alimentos à base de plantas.
Regulação do mercado de proteína vegetal
Como o mercado de proteína vegetal está ganhando espaço entre os consumidores e tem grande potencial de crescimento econômico para os próximos anos, a regulação passa a ser cada vez mais necessária para garantir a segurança para consumidores, empresas e até mesmo para o agro brasileiro.
Com a tecnologia empregada para entregar produtos saborosos e saudáveis, a regulação no Brasil, que ainda está sendo discutida no Ministério da Agricultura, é importante para padronizar normas de referência para quem produz.
Além disso, quem consome estes produtos terá mais segurança alimentar e informações claras sobre como estes alimentos são produzidos. Isso é essencial para agregar valor aos produtos e reforçar o pensamento que os consumidores têm em relação aos produtos plant-based.
No Brasil, enquanto não se tem uma regulamentação definida, o Projeto de Lei N°10.556/2018, que está para aprovação na Câmara, tenta enquadrar todos os alimentos à base de plantas como suplementos alimentares.
O projeto prevê outros requisitos regulatórios referentes aos rótulos, padrão de qualidade, composição estritamente vegetal e outras informações. Consumidos mundialmente, os produtos plant-based já são regulados em países como o Reino Unido, União Europeia, Estados Unidos, Canadá, China, Austrália e muitos outros.
A discussão sobre a regularização dos alimentos plant-based ainda está sendo conduzida pelo Mapa e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o processo deve ser concluído no próximo ano.
Conclusão
Neste artigo, você viu como o mercado de proteínas vegetais está em expansão e é muito lucrativo, tanto para empresas do ramo alimentício, quanto para o agronegócio brasileiro. O novo perfil de consumidor deve consolidar ainda mais estes produtos, sendo economicamente atrativo.
Além disso, você viu as principais oportunidades que o agro pode abraçar com o crescimento desse mercado, como a diversificação da renda e o aumento da demanda, tendo a agricultura familiar e a produção orgânica como as principais referências do setor.
Para finalizar, viu as principais fontes de proteína vegetal que são a base desses produtos e como anda o processo de regulamentação dos alimentos à base de plantas no Brasil.
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Estagiária Thais Moreira*
*Sob supervisão de Isabela Azi
FONTES:
Summit Agro – https://summitagro.estadao.com.br/
eCycle – https://www.ecycle.com.br/
Canal Rural – https://www.canalrural.com.br/
Seguros Inteligentes – https://segurosinteligentes.com.br/portalre/