A ferrugem asiática é uma das principais doenças que afetam as lavouras de soja, sendo um dos grandes desafios para os produtores rurais o controle adequado deste problema. Saiba como manejar corretamente e as principais estratégias de prevenção!
Na lavoura, além de cuidar do processo produtivo para não faltar nada para o crescimento do cultivo. O produtor rural também deve se atentar ao surgimento de pragas e doenças, que se não forem monitoradas e controladas corretamente, podem causar grandes prejuízos para a plantação, como é o caso da ferrugem asiática.
A ferrugem asiática, causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi, chegou ao Brasil no início dos anos 2000, no Paraná, e hoje já está presente em todas as regiões produtoras de soja do país. A doença preocupa produtores principalmente pelo potencial de dano, chegando a atingir perdas totais da plantação.
Além disso, a doença é disseminada facilmente e regiões que cultivam a soja mais tarde, também sentem os efeitos das regiões que cultivam a soja cedo, disseminando os esporos dos fungos, segundo informações da Bayer Agro. Por isso, a necessidade de controlar a doença se torna tão urgente.
Neste artigo, vamos aprofundar mais sobre os sintomas e as condições climáticas que são favoráveis para o surgimento da ferrugem asiática, bem como discutir estratégias de controle da doença e as novas normas do Ministério da Agricultura para o manejo.
Como a ferrugem asiática evolui na plantação?
A ferrugem da soja, como é popularmente conhecida, pode atingir qualquer estágio reprodutivo, começando a partir da floração. Os primeiros sintomas são pequenos pontos escuros e protuberantes (urédia), localizados na parte inferior da folha, que se diferenciam da coloração sadia da planta, de acordo com informações da Embrapa.
Com o desenvolvimento da doença, as urédias vão adquirindo uma cor castanho-claro que, posteriormente, expelem os esporos que são espalhados pelo vento, aumentando o seu potencial de estragos. O crescimento do fungo também faz com que as folhas comecem a apresentar uma coloração amarelada, ocorrendo a desfolha em seguida.
Por isso, o grão não consegue se desenvolver completamente, impactando na produtividade da lavoura. Um dos pontos de atenção é para o fechamento do dossel da lavoura, que é o momento mais propício para a infestação da doença, justamente pela pouca presença de radiação UV e maior umidade, conforme explica o portal Mais Soja.
Como o clima pode potencializar os estragos da doença?
Assim como as condições climáticas são pontos-chave para o desenvolvimento da plantação, ela também pode beneficiar a infestação de pragas e doenças, como é o caso da ferrugem asiática na plantação de soja. A elevada umidade faz acumular água na superfície da folha e as temperaturas mais amenas, entre 15° e 28°C, são condições propícias para que o fungo se desenvolva e comece a causar danos irreversíveis na plantação.
Todos esses fatores culminam na desfolha precoce e, consequentemente, em grãos menores, com menor qualidade e também em perdas financeiras para o empreendimento rural, inviabilizando a produção.
Por isso, é fundamental estar atento ao surgimento da doença para que seja combatida ainda no estágio inicial. No próximo tópico, falaremos das principais estratégias utilizadas nos campos de soja para combater a ferrugem asiática.
Como combater a ferrugem asiática na soja?
O controle químico, como os fungicidas, podem ser utilizados para combater a insurgência da ferrugem asiática. Contudo, ele não é o único método, pelo contrário, com o tempo, é comum que os fungicidas percam sua eficiência no controle da doença, segundo informações da Aegro.
Além disso, pode-se aplicar a técnica do vazio sanitário, que é o período em que não se planta soja, normalmente varia de 60 a 90 dias, reduzindo drasticamente a ocorrência da doença, que sobrevive apenas em hospedeiros vivos.
Vale destacar que a doença se instala de forma mais branda, começando com pequenas protuberâncias mais escurecidas podendo se espalhar por toda a lavoura e comprometer a produção. Por isso, é importante manter um monitoramento rígido da lavoura que permite detectar a doença ainda cedo, tendo mais sucesso nas medidas de controle.
É importante ter em mente que, quando o assunto é manejo de pragas, é essencial combinar diferentes métodos para o combate, indo além do controle químico. Com o avanço tecnológico voltado para a agricultura, fica ainda mais fácil fazer a prevenção, justamente por contar com sementes mais resistentes e outras ferramentas que controlam a doença.
O que muda na regulamentação do controle de ferrugem asiática?
A nova regulamentação para o manejo da ferrugem asiática já está em vigor desde o dia 1° de junho e é importante que produtores rurais estejam atentos às mudanças para que possam se adequar às novas normas. É importante que todo produtor rural que cultiva soja tenha conhecimento da atualização da Instrução Normativa 2°/2007, referente ao Programa Nacional de Controle da Ferrugem Asiática da Soja (PNCFS).
Entre o período de vazio sanitário e calendário de semeadura, as medidas fitossanitárias passaram a ser definidas pela Secretaria de Defesa Agropecuária, conforme indica o portal Summit Agro. Além disso, tanto o vazio sanitário, quanto o calendário de semeadura passam a ser métodos obrigatórios de controle da ferrugem asiática na lavoura de soja.
Os dados em relação ao controle da doença contam agora com um sistema de informação próprio, segundo o portal. Nesse sistema, produtores rurais receberam dados e informações pertinentes para o controle da doença de acordo com a região e o melhor momento para aplicar os métodos de prevenção.
Manter esse sistema próprio pode ajudar os produtores de soja e as entidades ligadas à agricultura e ao agronegócio a fiscalizar melhor a insurgência da doença e garantir que as informações certas cheguem a todos.
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Por Thais Rodrigues*
*Estagiária sob supervisão de Isabela Azi
FONTES:
Summit Agro – https://summitagro.estadao.com.br/
Governo Federal – https://www.gov.br/pt-br
Aegro – https://blog.aegro.com.br/
Bayer – https://www.agro.bayer.com.br/
Mais Soja – https://maissoja.com.br/