Com o início de um novo ano, produtores rurais precisam ficar atentos aos preços das commodities agrícolas e acompanhar as demandas do mercado. Veja as principais perspectivas para as commodities em 2022.
No meio agrícola, acompanhar as demandas do mercado, oscilações de preço, as commodities e outros assuntos relacionados da porteira para fora é importante para os negócios rurais. Dessa forma, os produtores conseguem avaliar melhor o cenário, vender no momento certo e aproveitar bons momentos para escoar sua produção, além de captar novas oportunidades.
A cada início de ano, diversas entidades ligadas ao setor e à economia começam a fazer suas perspectivas de produção e de preços e é preciso estar atento para captar tendências e ser mais estratégico, principalmente na primeira safra do ano. Para 2022, a situação macroeconômica é favorável para os preços das commodities, que tiveram valorização em 2021 e devem se estender também para o próximo ano.
Quer acompanhar as principais perspectivas das commodities em 2022? Leia neste artigo sobre a produção e preços dos principais produtos agrícolas, o panorama de 2021, e os principais desafios da safra 2021/2022.
Quais os resultados das commodities na safra de 2021?
No início do segundo semestre de 2021, eventos climáticos afetaram a produção em diversos estados, as geadas foram responsáveis por grandes perdas na lavoura. Além disso, a crise hídrica também dificultou a produção de alimentos e o abastecimento das cidades. Tudo isso, causou efeitos diretos na produção total dos produtos agrícolas.
Foram estimadas 251,2 milhões de toneladas para a safra de 2021, o que representa 1,2% a menos se comparado com o ano anterior. O milho, um dos produtos mais afetados, teve queda de 16% na produção, sendo 2,8% a menos na primeira safra e 20,6% de queda na segunda.
Contudo, produtos como soja e arroz apresentaram um bom desempenho neste ano, segundo apontamento do IBGE. O maior aumento foi da soja, com 10,3%, seguida do arroz em casca, com 4,5%. A produção total destes alimentos deve atingir 134,1 milhões de toneladas e 11,5 milhões de toneladas, respectivamente.
Mas, para 2022, como deve ser este cenário? No próximo tópico, veja as perspectivas das commodities e a produção estimada.
Quais as perspectivas de produção para 2022?
No Brasil, culturas como soja, arroz, milho, feijão e algodão representam, juntos, cerca de 90% de toda produção brasileira de grãos, e alguns deles são líderes de exportações. Com isso, é importante estar atento à produção e aos preços das commodities.
Em 2022, a expectativa de produção de grãos é de 289 milhões de toneladas, segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Se este número se confirmar, o Brasil terá um recorde de produção de soja e milho, além de manter sua posição como maior exportador de soja do mundo.
Este dado é similar ao coletado pelo IBGE que prevê produção de 270,7 milhões de toneladas de grãos, cereais e leguminosas. Com esse resultado, teremos um aumento de 7,8% ou 19, 5 milhões de toneladas a mais em comparação com 2021.
O milho, que apresentou duas quedas seguidas neste ano, poderá ter um cenário inverso em 2022, chegando a alcançar um aumento de 11,1% na primeira safra. Já a soja, terá um crescimento mais moderado, cerca de 0,8%.
Outros produtos agrícolas que podem ter aumento na produção são o feijão, com 6,9% na primeira safra, o algodão herbáceo em caroço, com 2,4%, e o sorgo, com 12,8%.
Contudo, alguns alimentos poderão ter a produção reduzida, como é o caso do arroz, com 3,9%, trigo, com 10%, e feijão terceira safra, com 0,9%.
Como ficam as commodities em 2022?
Neste ano, tivemos um boom nos preços das commodities e, para 2022, a previsão é de continuar em alta. De acordo com as projeções, o desequilíbrio entre a oferta e demanda, ou seja, o déficit na oferta mundial de alimentos, gera uma reação em cadeia, provocando uma baixa nos estoques e, consequentemente, o aumento dos preços dos produtos agrícolas.
Além disso, com a retomada da economia mundial, produtos como a soja tendem a expandir o consumo mundial. Para o grão, outro fator que aquece a demanda é a diversidade de aplicações, como na produção de biodiesel e alimentação animal.
Um caso semelhante é o milho que com as previsões, terá um aumento de 2% no consumo global. Só a China, por exemplo, responde por 60% do crescimento do consumo do cereal.
Outro produto com boas expectativas é o algodão, que apresentou um incremento nos preços da fibra e, por isso, apresenta tendência de aumento no cultivo. Ocorre de forma similar também com o arroz, que poderá ter um ganho na área plantada na safra 2021/2022.
Quais os principais desafios da safra 2021/2022?
Apesar de boas perspectivas e com o incremento nos preços das commodities, o produtor rural pode ter oportunidades para fixar vendas da próxima safra, como já vem acontecendo. Contudo, apesar do cenário positivo, o produtor também pode ter desafios. O primeiro deles é o valor dos insumos.
O aumento no preço dos insumos, como os fertilizantes que apresentaram uma alta de 55%, poderá ser ainda uma realidade para os produtores rurais em 2022.
Em 2021, os produtores enfrentaram uma situação de falta de insumos e, para os produtos encontrados, os valores saltavam aos olhos. Para o próximo ano, este impacto financeiro ainda preocupa pelos possíveis efeitos negativos na rentabilidade da safra 2022/2023.
Além disso, a energia elétrica teve um aumento de 80% na bandeira tarifária em 2021, aumentando a conta de luz e elevando os custos de produção. Para 2022, a previsão é de aumento de 2% e pode ser um desafio para o produtor.
Com as perspectivas das commodities 2022, os produtores rurais podem se preparar melhor para o início do ano e começar a pensar no planejamento da lavoura, bem como o escoamento dos produtos, avaliando a demanda do mercado e o momento certo para vender,
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Estagiária Thais Moreira*
*Sob supervisão de Isabela Azi
FONTES:
CNA – https://www.cnabrasil.org.br/
Conab – https://www.conab.gov.br/
Exame – https://exame.com/
Globo Rural – https://revistagloborural.globo.com/
Agência Brasil – https://agenciabrasil.ebc.com.br/