As agrotechs são um modelo de negócio que apostam em inovações tecnológicas para o setor agropecuário, contribuindo para a produtividade e gestão dos empreendimentos rurais. Saiba como funcionam estas startups e as vantagens para o agro!
A tecnologia está cada vez mais inserida no cotidiano na fazenda, presente nas etapas de produção e levando inovação para a forma como os processos e operações são feitos. Apostar em tecnologia é apostar no futuro do agronegócio brasileiro, principalmente para resolver os desafios do setor agrícola e contribuir para aumentar o potencial produtivo dos negócios rurais.
Nesse cenário, existem empresas que apostam em soluções tecnológicas para fazer a diferença no setor agropecuário, como as agrotechs, que são startups de base tecnológica voltadas para o setor agrícola. Essas empresas, trabalham na criação de ferramentas que auxiliam o produtor rural na gestão e produtividade de suas fazendas.
O novo modelo de negócio está se consolidando no Brasil e, não é para menos, já que esse mercado tem crescido consideravelmente nos últimos anos, estando em terceiro lugar no ranking de segmentos mais comuns entre as startups, com 11,8%, e ainda há muito espaço para o crescimento.
Neste artigo, vamos discutir sobre as agrotechs no Brasil, passando pelo contexto em que estão inseridas, as vantagens e também os principais desafios apresentados por este modelo de negócio.
Afinal, qual o cenário das agrotechs no Brasil?
As startups fazem parte de um modelo de negócio que apresentou um boom nos últimos anos. Elas se diferenciam de outras empresas por apresentar um negócio repetível e escalável, e por trabalharem em um cenário de incertezas. Nesse contexto, encontramos startups em diversos segmentos, como moda e beleza, saúde e bem-estar, educação, alimentação e também no setor agropecuário, que são as agrotechs.
Essas empresas estão inseridas em um dos setores da economia brasileira que mais cresce e que é destaque na produção de alimentos, responsável por produzir o necessário para alimentar 1,6 bilhões de pessoas. As startups no agro precisam corresponder à altura e fornecer soluções que colaborem para o aumento produtivo, principalmente para dar conta da demanda global de alimentos.
Mas, quais as principais características das agrotechs? Atualmente, as startups agroalimentares estão concentradas principalmente na região Sudeste, com 40,8%, seguida pelo Sul, com 36,9%, e Centro-Oeste, com 14,6%, evidenciando a maior distribuição dessas empresas no território nacional.
Além disso, a grande maioria das agrotechs no Brasil já estão em uma boa fase de amadurecimento, 42% se encontram na tração e escalada dos seus negócios e 29,9% dessas startups ocupam a fase de validação, mostrando um mercado consolidado e pronto para colocar executar as ideias.
Em relação às soluções dessas empresas, 72,6% oferecem serviços nos seguintes segmentos: produção e gestão das fazendas, processo produtivo dentro da porteira, plantio à colheita, produtividade, economia e desperdícios, agricultura de precisão, dados, inteligência artificial e internet das coisas (IoT).
Quais as vantagens das agrotechs para o agronegócio?
O Brasil ocupa o 4º lugar no ranking de maiores exportadores mundiais e o caminho para produzir mais e com qualidade é fomentar as inovações tecnológicas para que elas se tornem cada vez mais comuns no campo.
Nesta perspectiva, as agrotechs são as principais aliadas do agronegócio brasileiro, capazes de unir a tecnologia ao setor agrícola para superar os desafios e construir novas oportunidades de crescimento. Veja abaixo as principais vantagens das startups no agro.
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Atendem às necessidades do produtor rural
Com o fomento de novas tecnologias no campo, o produtor rural encontra no mercado uma gama de soluções para atender às necessidades de sua fazenda. Com isso, as agrotechs são funcionais ao explorar as dores dos empreendedores do campo e focar no que realmente importa. Nesse sentido, o campo tem muito a ganhar, pois vai modernizando as práticas e introduzindo mais tecnologia no cotidiano da fazenda.
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Mais conectividade
A maioria das relações humanas é atravessada por tecnologias, seja para atender clientes por meio de ferramentas, controlar a gestão da fazenda por planilhas ou softwares ou checar em tempo real a sua lavoura, em tudo a tecnologia está presente. Por isso, ao introduzir as inovações tecnológicas, o produtor experimenta mais conectividade, tanto com pessoas, quanto com a cadeia produtiva, potencializando os resultados.
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Melhores resultados
Ao entender as necessidades de cada talhão e trabalhar estrategicamente para atendê-las, o produtor, além de reduzir o desperdício com insumos, também melhora seus resultados. Ao trabalhar com foco em entregar o melhor potencial produtivo de cada talhão, aumentando a qualidade da entrega, o produtor também garante um melhor desempenho no final da safra.
Além disso, as tecnologias trabalham com precisão, ou seja, é possível conhecer em profundidade todos os aspectos da lavoura, além de gerar dados importantes para melhorar, cada vez mais, a cadeia produtiva.
Apesar das vantagens e do crescimento das agrotechs no quesito inovação e tecnologia no setor agrícola, as startups do ramo ainda enfrentam alguns desafios para alavancar seus negócios. No próximo tópico vamos falar sobre eles.
Quais os principais desafios das startups no agro?
As inovações tecnológicas propiciadas pelas agrotechs são bastante benéficas para o produtor rural e sua fazenda. Contudo, para crescer neste setor, é preciso ir muito além da qualidade das soluções, mas também quebrar uma barreira cultural. Em muitas fazendas, a noção sobre empreendimento rural está muito ligada ao modelo de negócios familiar, o que compromete a entrada de tecnologias nessas fazendas por resistência ao modelo inovador de negócio.
Contudo, a digitalização no campo é essencial para o crescimento do setor agrícola e muitos negócios rurais começam a entender que sem tecnologia não é mais difícil alcançar o crescimento desejado. Diante disso, as agrotechs precisam focar também em gerar valor para seus clientes, a fim de driblar a visão tradicional.
Outro desafio é a falta de investimentos, pois, segundo o Censo AgTech, mais de 50% das agrotechs brasileiras acham difícil captar investimentos e mais de 30% não receberam nenhum investimento para seu negócio. Apesar disso, uma das estratégias adotadas para contornar esse desafio é fazer parcerias com grandes empresas, a fim de obter vantagens, fortalecer a rede de relacionamento, acessar clientes e conseguir mentorias.
As soluções propiciadas pelas agrotechs contribuem para uma melhoria nos índices da fazenda e também por alavancar o setor agropecuário, mostrando que a tecnologia é essencial para o crescimento.
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Por Thais Rodrigues*
*Estagiária sob supervisão de Isabela Azi
FONTES:
Summit Agro – https://summitagro.estadao.com.br/
Suno – https://www.suno.com.br/
Portal do Agronegócio – https://www.portaldoagronegocio.com.br/
Aevo – https://blog.aevo.com.br/