A agricultura regenerativa é a solução para produtores que desejam continuar produzindo, garantindo a saúde do solo e mais sustentabilidade para o negócio. Saiba mais!
A agricultura regenerativa é um dos caminhos para continuar explorando o potencial produtivo da terra e cuidar da manutenção do solo, como o próprio nome indica. O termo explorado por Robert Rondale, que ligou esta denominação com a ideia de produzir adotando um modelo de produção mais sustentável, visando o menor impacto possível aos ecossistemas.
No cenário atual, com a crescente emissão de Gases do Efeito Estufa (GEE), com o desmatamento e suas consequências para as condições climáticas e as repercussões desses danos, a agricultura regenerativa é ainda mais necessária. Além disso, o foco na sustentabilidade voltada para a agricultura deve ser uma prioridade para continuar explorando os recursos naturais com consciência e evitar o esgotamento dos recursos naturais.
Essas práticas chamam a atenção de grandes organizações, e foi objeto de encontro para discutir como fazer a transição para este modelo de produção, com participação do diretor de operações da Danone, Henri Bruxelles, e de instituições como a World Wide Fund for Nature (WWF), a Comissão Europeia e o Kiss The Group, de acordo com informações do portal Exame.
Nessa perspectiva, a agricultura tem um papel fundamental para a ampliação do novo modelo, adotando práticas mais “verdes” para continuar produzindo, sem esgotar os recursos e o solo. Veja como a agricultura regenerativa pode ser um caminho ecológico para produzir alimentos e expandir as propriedades rurais.
As principais bases da agricultura regenerativa
Tendo como pilar as práticas da agricultura orgânica, a agricultura regenerativa também se preocupa com a utilização dos agroquímicos no campo e o emprego de boas práticas no sistema agrícola, visando diminuir os efeitos prejudiciais ao meio ambiente derivados do modelo de produção agrícola.
Com isso, o termo cunhado por Rondale é responsável por combinar os principais fundamentos da agricultura orgânica com a preservação e manutenção do solo, valendo-se de métodos que conseguem ir além dos resultados alcançados pela produção orgânica quando o assunto é sustentabilidade na agricultura.
Ações como a diminuição dos agroquímicos dentro das fazendas, baixo revolvimento do solo, rotação de culturas, pastagem de gado e plantio durante o ano todo, por exemplo, são as principais práticas adotadas dentro da agricultura regenerativa segundo informações do site Ecycle.
A produção de alimentos e a agricultura regenerativa
A agricultura regenerativa não traz benefícios apenas para o solo e meio ambiente, mas também para a produção de alimentos saudáveis e de qualidade, garantindo que sejam consumidos sem causar danos à saúde humana, um dos pilares da segurança alimentar. Mas, é essencial fazer mais e diminuir as emissões de carbono provenientes da atividade agropecuária, por isso a agricultura regenerativa é um passo importante para o futuro da produção de alimentos.
Para Danielle Treadwell, professora PhD na Universidade da Flórida, técnicas que revolvem o solo são capazes de perturbar o equilíbrio do sistema, além de contribuir para o retorno de carbono na atmosfera, que se combina com o oxigênio e formando um dos gases do efeito estufa mais predominante na atmosfera, prejudicando não somente a qualidade do solo, mas também as condições de vida humana.
Por isso, criar uma camada de produção no solo, com plantas cultivadas para essa finalidade, e manter a pastagem de gado são fundamentais para manter a disposição de nutrientes no solo ideal, além de manter uma boa oferta de carbono. Tudo isso é essencial para o desenvolvimento do cultivo, já que solos férteis e saudáveis são um dos fatores determinantes para o cultivo dos alimentos.
Segundo Jeffrey Mitchel, PhD e especialista em extensão cooperativa da Universidade da Califórnia, em uma matéria veiculada no portal do Centro de Inteligência de Orgânicos, o rendimento das fazendas regenerativas é similar ao das propriedades que usam o sistema convencional, ou seja, o produtor rural não precisa se preocupar com a perda de produtividade, muito pelo contrário, onde o clima é extremo, o desempenho é melhor.
Os principais benefícios da agricultura regenerativa
Sabemos que a agricultura regenerativa é uma prática utilizada em todo o mundo e traz diversos benefícios para os agricultores que aplicam suas práticas em seus empreendimentos rurais. Por isso, listamos as três principais vantagens de possuir um sistema agrícola sustentável:
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Solo mais fértil e saudável
O solo é a fonte de toda a atividade agrícola, já que é a partir dele que o cultivo obtém os nutrientes, água e outros componentes necessários para o seu desenvolvimento. Por isso, deve ser tratado com muito cuidado e monitorado frequentemente para garantir uma boa fertilidade e saúde do plantio.
Com o emprego da agricultura regenerativa, práticas como o cultivo de cobertura e rotação de culturas, por exemplo, são responsáveis por melhorar os índices de nutrientes no solo, além de manter os microrganismos que são bons para a terra. Dessa forma, você mantém um solo enriquecido, que beneficia a sua cultura.
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Valorização o seu produto
Além dos benefícios voltados para o solo, você também garante um diferencial para os seus produtos. De acordo com o Centro de Inteligência de Orgânicos, em 2018, o Instituto Rondale inseriu o certificado Regenerative Organic Certifcation (ROC), que valoriza os produtores que trabalham com essa causa, além de adicionar requisitos para saúde animal e do solo, por exemplo.
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Armazenamento de carbono no solo
Ao revolver o solo, o produtor acaba por perturbar o equilíbrio natural da terra, além de derrubar os microrganismos que armazenam carbono no solo. Com isso, esse componente passa a integrar a atmosfera e formar também gases do efeito estufa, se combinado com o oxigênio.
Ao combinar práticas regenerativas, esse cenário é revertido mantendo o carbono no solo, que contribui para o crescimento do cultivo e, consequentemente, para uma terra mais saudável. Além disso, “sequestram” 100% das emissões anuais de dióxido de carbono, conforme pesquisas do Instituto Rondale.
Podemos perceber que a agricultura regenerativa ainda está em crescimento dentro do setor agrícola, com técnicas que beneficiam não apenas o meio ambiente e promovem a ecologia e sistemas agrícolas mais sustentáveis, como também garantem um rendimento maior para os produtores.
Por isso, é fundamental conhecer os fundamentos dessa prática e aplicá-la nos empreendimentos rurais, principalmente, para alavancar o agronegócio brasileiro, segmento com grande destaque no cenário nacional e internacional.
Agora que você conhece as principais práticas e os benefícios da agricultura regenerativa, acompanhe o nosso blog e siga as nossas redes sociais: Instagram e Facebook, para não perder dicas e conteúdos exclusivos sobre o agronegócio brasileiro.
Por Thais Rodrigues*
*Estagiária sob supervisão de Isabela Azi
FONTES:
ECycle – https://www.ecycle.com.br/index.php
CI Orgânicos – https://ciorganicos.com.br/
Beefpoint – https://www.beefpoint.com.br/
Exame – https://exame.com/