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Como será o cenário das commodities agrícolas e exportações em 2023?

soja

O mercado influencia a atividade do campo e, por isso, o produtor rural precisa sempre acompanhar as oscilações para entender como elas podem impactar positiva ou negativamente no negócio. Veja mais sobre o cenário das commodities agrícolas em 2023!

 

Para fazer crescer o negócio rural, o empreendedor rural deve estar em constante aprimoramento. É preciso ficar atento às técnicas e ferramentas que incrementam o processo produtivo e às oportunidades disponíveis para inovar o negócio.

 

E, para aproveitar essas oportunidades, o produtor rural precisa olhar também para fora da porteira e entender como o mercado está se comportando, entender a sua demanda e também o cenário em que está inserido. Quando se trata de agronegócio, as commodities agrícolas são o grande destaque.

 

O que classifica as commodities agrícolas? O termo commodity significa mercadoria, ou seja, são mercadorias do agronegócio com pouca interferência industrial em seu processo produtivo e também são produzidos em grandes escalas, tendo importância econômica mundial.

 

No agro, a soja, o milho, o café e o açúcar são ótimos exemplos de commodities agrícolas. Quem trabalha ou pensa em trabalhar com alguma dessas culturas, precisa acompanhar o mercado de commodities agrícolas para ficar atento às oscilações que podem influenciar na fazenda. 

 

Neste artigo, você verá mais informações sobre o cenário das commodities em 2022, como o aumento dos preços dos produtos e análises de entidades importantes ligadas ao agro. Além disso, vai ler as previsões para 2023 e para as exportações brasileiras, que colocam o país em uma posição global importante.

 

Qual o panorama das commodities agrícolas em 2022?

 

Em 2022, os preços das commodities agrícolas passaram por oscilações diante do cenário marcado por conflitos, aquecimento da demanda e redução das operações. Esse boom, como o mercado chamou, já vem acontecendo desde maio de 2020, quando os preços dispararam e perduraram até meados de 2022. 

 

Mas por que os preços estão altos? É importante entender que os fatores políticos, econômicos e climáticos influenciam os preços das commodities agrícolas e que, em 2020, segundo o Cepea, foi impactado pela pandemia de covid-19.

 

Somado a isso, as operações começaram a desacelerar devido às medidas de restrições e, mesmo o agronegócio brasileiro não parando, a indústria desacelerou. Com o avanço da vacinação, ocorreu a reabertura e também o reaquecimento da demanda por alimentos.

 

Tudo isso contribuiu para a disparada dos preços e o agronegócio brasileiro se beneficiou com isso, visto os recordes de exportação durante o período que ficou marcado como o boom das commodities

 

O que os números dizem sobre 2022?

 

Agora que você já entendeu o panorama de alta dos preços das principais commodities agrícolas, é importante saber sobre os números que movimentam a economia e geram lucros para os produtores rurais.

 

Os primeiros meses de 2022 foram bastante positivos para o agronegócio brasileiro. Em março deste ano, por exemplo, os preços estavam 72% maiores do que em abril de 2020, mesmo com os conflitos geopolíticos, ainda conforme análise do Cepea.

 

Além disso, somente no primeiro quadrimestre do ano, o Brasil apresentou uma alta de quase 35% nas exportações e abril de 2022 foi o grande destaque, somando US$ 14,9 bilhões. 

 

Até o final do ano, as projeções das principais entidades financeiras nacionais estimaram um cenário bom para as exportações do agro. O Bradesco é uma dessas instituições que aumentou a previsão de US$ 226 bilhões para US$ 339 bilhões, seguido pelo XP.

 

Dessa forma, o superávit deve chegar a US$ 74 bilhões conforme análises do Itaú Unibanco. Esses números devem trazer grande reflexo principalmente no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil, em que o setor deve representar uma fatia de 16%.

 

E como estão as previsão para o ano de 2023? No próximo tópico você vai ver as principais análises do mercado e como se preparar para o próximo ano. 

 

O que podemos esperar da situação das commodities agrícolas para 2023?

 

Após um cenário de alta que beneficia o setor e toda uma indústria que está direta ou indiretamente ligada ao agronegócio, é importante analisar como será o próximo ano e o que pode-se esperar das commodities agrícolas. Veja as principais projeções:

  • Brasil como destaque na produção de grãos

Não é de hoje que o Brasil demonstra toda a sua potencialidade na produção de grãos, visto principalmente os recordes de volume de produção agrícolas que são batidos a cada ano e o número de exportações. 

 

Para 2023, segundo o estudo realizado pela Embrapa, O Agro no Brasil e no Mundo, o Brasil pode ultrapassar a Índia no ranking de maiores produtores mundiais de grãos. Dessa forma, ficaria atrás apenas de Estados Unidos e China.

 

O país também é destaque na produção e exportação de soja e ocupa a liderança no cenário mundial. Em dados gerais, o Brasil produz um terço da produção mundial de soja, seguido por Estados Unidos e Argentina.

 

Outro grande destaque está na produção de milho, que o Brasil ocupa a terceira posição. A produção passa dos 100 bilhões de toneladas e as exportações também são expressivas, somando mais de US$ 5,9 bilhões.

  • Produção de grãos recorde para a safra 22/23

Uma das características mais fortes do agronegócio brasileiro é a produção de grãos. A cada ano, é comum ver recordes de produção quando se trata de grãos. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a estimativa é que a produção de 2023 supere novos recordes.

 

Para a safra 22/23 a estimativa é uma produção de 312,4 milhões de toneladas, um aumento de quase 42 milhões de toneladas em relação à safra anterior. A área destinada ao plantio e a vasta dimensão do território nacional são alguns dos fatores que propiciam um bom volume de produção.

 

Os grandes destaques nacionais são a soja e o milho, que são previstos 279,3 milhões de toneladas, ou seja, juntos, essas culturas produzirão mais do que o obtido na safra anterior, segundo as projeções do órgão. 

 

Para o arroz e feijão, que podem ter uma redução da área plantada no próximo ano, a expectativa é um volume de produção de 10,8 milhões de toneladas para o arroz e 2,96 milhões de toneladas para o feijão.

  • Área total plantada

Para a safra 22/23 é esperado também um aumento na área de produção, ocupando uma área de 76,6 milhões de hectares, que corresponde a um aumento de 2,9% em comparação com a safra de 21/22.

 

As culturas de soja e milho são produtos que sempre possuem representatividade no mercado e, por isso, as áreas destinadas à produção também. A soja, por exemplo, é esperado um aumento de área de 3,9%. 

 

Já para a produção de algodão é previsto um aumento de área quase 2% maior, totalizando 1,63 milhão de hectares. 

  • Consumo doméstico deve se estabilizar

Você já sabe que acompanhar o mercado, as oscilações dos preços e a demanda por produtos é fundamental se você quer ter um crescimento com o seu negócio rural e aproveitar as oportunidades.

 

Por isso, as projeções são importantes para nortear e também dão indícios do que você pode esperar, mesmo que muitos outros fatores estejam em jogo e sejam incertos. Para 2023, o consumo interno deve se estabilizar em alimentos básicos como o arroz e o feijão.

 

Além disso, o consumo doméstico deve ter aumento na soja e milho, entre 5,5% e 6,2%, e levemente no algodão, em 2%. Já o trigo, que já tem um histórico de importação pelo Brasil, para o próximo ano deve importar menos e fechar o estoque com 1,19 milhão de toneladas.

  • Exportações do agro brasileiro

Quando se fala em commodities agrícolas é preciso falar também sobre as exportações do agronegócio brasileiro. Conforme a avaliação feita pela Conab, para as principais commodities é esperado o crescimento para alguns produtos.

 

A soja, um dos principais produtos exportados, é previsto um aumento no volume de exportações de 22,5% em números reais, ou seja, quase 96 milhões de toneladas a mais. Esse número expressivo é puxado tanto pelo aquecimento da demanda, quanto de exportações dos EUA.

 

Outra situação semelhante é a do milho, que também deve encontrar uma demanda aquecida que favorece as exportações brasileiras. Ao todo 45 milhões de toneladas devem ser exportadas no próximo ano, significando um salto de 21,6% no volume exportado. 

 

No geral, apesar de boas perspectivas para algumas culturas, o preço das commodities agrícolas, que vem de uma forte valorização, deve se estabilizar em 2023 e cair cerca de 4,5% em 2023, mas ainda deverá estar em um bom patamar.

 

Conclusão

 

Neste artigo, além de você acompanhar o panorama da produção e preços das commodities agrícolas em 2022, também viu as principais perspectivas para 2023.

 

Exportações, consumo doméstico, produção de grãos e área total plantada são algumas das projeções que você viu neste artigo. Você também leu sobre a importância de acompanhar o mercado para levar oportunidades para o seu negócio.

 

Se você quer saber mais sobre agronegócio, gestão da fazenda, mercado, máquinas agrícolas e muitos outros conteúdos relevantes para o seu negócio rural, acompanhe a Unapel no  Instagram, Facebook e YouTube, e assine a nossa newsletter para receber conteúdos direto na sua caixa de entrada.

 

Estagiária Thais Moreira*

*Sob supervisão de Isabela Azi

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