As regras fitossanitárias adotadas no bloco econômico orientam os produtores rurais quanto à comercialização entre os países do Mercosul. Saiba o que mudou para adequar a realidade da sua fazenda!
Em qualquer plantação, o surgimento de pragas e doenças é costumeiro. No entanto, é necessário ter boas estratégias para o controle e manejo correto para evitar que esses invasores danifiquem toda a plantação e inviabilizem a atividade agrícola. Por isso, o controle fitossanitário é uma prática mais que usual na agricultura, em que são utilizadas técnicas para combater pragas e doenças.
Um bom controle fitossanitário age no foco do problema e, com o avanço das técnicas, é possível ir muito além da aplicação de defensivos agrícolas, que perdem a eficácia com o tempo. Para evitar riscos de contaminação, que prejudicam a saúde humana, é importante que os produtores rurais procurem orientação quanto à aplicação do controle fitossanitário e sigam as boas práticas de controle de pragas e doenças.
Para a comercialização de produtos agrícolas, é essencial que os empreendedores rurais garantam a qualidade e integridade dos alimentos, principalmente em mercados internacionais, onde existem regras muito claras sobre o tema, como ocorre no Mercosul, bloco econômico do qual o Brasil é um dos países-membros.
Neste artigo, vamos discutir a importância do controle fitossanitário nas propriedades agrícolas e quais são as principais mudanças normativas de controle fitossanitário vigentes no bloco econômico. Fique com a gente!
Qual a importância do controle fitossanitário na lavoura?
O controle fitossanitário vai muito além da distribuição de defensivos agrícolas na área plantada, mas é um conjunto de técnicas que dificultam o surgimento de pragas e doenças na plantação para evitar perdas na propriedade rural.
Os agroquímicos são utilizados, principalmente, quando o fitopatógeno já apresenta um nível populacional, causando danos para a cultura. Atualmente já existem medidas preventivas que podem e devem ser utilizadas para evitar esse tipo de dano.
A principal importância do manejo fitossanitário é evitar a ocorrência desses invasores na plantação e, até mesmo, que o estágio da doença ou praga avance e comprometa a produtividade da cultura. Por isso, é importante tratar de forma preventiva, com medidas curativas eficazes e corretas.
Outro fator é evitar a dependência de produtos químicos sempre que um fitopatógeno for identificado, utilizando técnicas alternativas menos agressivas, como culturas mais resistentes, material propagativo e outros.
Como fazer o controle fitossanitário nas propriedades rurais?
Para diminuir os impactos das pragas e doenças na produção, é essencial monitorar constantemente a lavoura, a fim de identificar o problema no estágio inicial e controlar o mais rápido possível, contribuindo para a eficácia das medidas adotadas.
Outras medidas simples como definir a época de plantio, estar atento às condições climáticas que podem favorecer o surgimento de pragas e doenças, como ocorre com a ferrugem asiática, garantir um solo propício e saudável, além de limpar corretamente os maquinários agrícolas que estão em contato direto com a lavoura ajudam a diminuir a ocorrência desses agentes.
Além disso, o plantio direto é outro método de manejar o solo que auxilia também no controle fitossanitário, já que ao intercalar culturas diferentes, evita que uma praga ou doença se instale, aumentando a produtividade e conservação das propriedades do solo.
As formas de fazer um bom manejo fitossanitário variam muito, podendo ser físicas, biológicas, químicas, culturais e mecânicas. A melhor prática para tratar determinada praga ou doença é determinada por um profissional especializado que, além de passar as recomendações certas, indica também as quantidades ideias. A etapa de acompanhamento profissional é extremamente importante para a aplicação bem sucedida da estratégia.
Em se tratando de intervenção química, as quantidades de aplicação são de suma importância, já que evitam a alta ou a subdosagem, contaminação e acidentes. Além de garantir que o produto está apto para o consumo humano, o que é uma premissa básica na hora da comercialização, tanto no mercado nacional, quanto internacional, onde as regras são mais rígidas.
O que mudou com as normas fitossanitárias no Mercosul?
Com as novas normas fitossanitárias que entraram em vigor no dia 3 de maio, com a edição da Portaria n° 65/2021, em que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) incorpora as mudanças em relação aos requisitos fitossanitários aprovados pela resolução Mercosul/GMC/RES nº 10/20.
Mas, você deve estar se perguntando o que isso significa na prática? Agora, há novas resoluções quanto aos requisitos fitossanitários para comercializar produtos relacionados à análise de risco de pragas (ARP) entre os países do bloco econômico, segundo informações do portal Summit Agro. Com isso, produtores rurais que possuem acordos comerciais com países do Mercosul precisam se atentar e regularizar suas propriedades de acordo com as novas medidas para continuar vendendo.
Entre as alterações das regras fitossanitárias, estão as categorias zero e um, totalizando 5 categorias, se adequando a Norma Internacional de Medidas Fitossanitárias (NIMF). As categorias são dispostas da seguinte forma, conforme informações do Mapa:
- Produtos vegetais que foram processados até perderem a capacidade de serem infectados. Por isso, é dispensável a adoção de medidas fitossanitárias e certificação fitossanitária em relação às pragas que possam estar presentes nos produtos antes do processamento.
- Os produtos de origem vegetal que foram processados, mas ainda têm a capacidade de serem infectados/infestados por alguma praga quarentenária. O uso previsto pode ser, por exemplo, consumo ou processamento adicional. Os produtos desta categoria requerem certificação fitossanitária.
- Os produtos de origem vegetal que não foram processados e o uso previsto é para outros fins que não a propagação, por exemplo, consumo ou processamento. Uma ARP (Address Resolution Protocol ou, em português, Protocolo de Resolução de Endereço) é necessária para determinar o risco de pragas relacionadas a esta via e se a certificação fitossanitária é necessária.
- Os produtos de origem vegetal que não foram processados e o uso previsto é a propagação. Uma ARP é necessária para determinar os riscos de pragas associadas a esta via e se a certificação fitossanitária é necessária.
- Qualquer outro artigo regulamentado, não considerado nas categorias anteriores e que implica um risco fitossanitário demonstrável, de acordo com a ARP correspondente. Para estes produtos, a certificação fitossanitária pode ou não ser necessária.
Além disso, há novos requisitos relacionados às culturas de arroz, milho e pinus dentro do Mercosul, que se alinham às políticas adotadas pelos países do bloco. Nas culturas de arroz e milho, as regras estão relacionadas ao combate de pragas nessas culturas, atualizando os requisitos fitossanitários em vigor desde 2004 e 2007, respectivamente.
Portanto, as regras fitossanitárias precisam ser acompanhadas de perto pelos produtores rurais, que precisam estar atentos para cumprir as normas corretamente e comercializar seus produtos nos mercados nacionais e internacionais.
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Por Thais Rodrigues*
*Estagiária sob supervisão de Isabela Azi
FONTES:
Summit Agro – https://summitagro.estadao.com.br/
Governo Federal – https://www.gov.br/agricultura/pt-br
Istoé Dinheiro – https://www.istoedinheiro.com.br/